
Nosso biografado nasceu no Engenho Pau d’Arco, no estado da Paraíba, em 20 de abril de 1884. Concluiu o curso secundário no Liceu Paraibano. Em 1906, formou-se em direito na capital de Pernambuco – Recife. Contudo, Augusto dos Anjos não exerceu o Direito, dedicou-se a lecionar Português e Geografia em escolas da Paraíba, Rio de Janeiro e, por fim, assumiu a direção de uma escola em Leopoldina.
Foi em 22 de junho de 1914 que Augusto dos Anjos chegou a Minas Gerais, para assumir a direção do Grupo Escolar Ribeiro Junqueira, situado em Leopoldina, atendendo à indicação do Deputado mineiro Dr. Ribeiro Junqueira, segundo relato do próprio Augusto em carta enviada à sua mãe em junho daquele ano.
Augusto dos Anjos veio para Leopoldina junto com sua esposa, Ester Fialho, e seus filhos Glória e Guilherme, onde moraram à Rua Barão de Cotegipe, nº 11, atualmente sua casa tornou-se um espaço cultural, cuja finalidade é preservar a memória deste escritor.
Em 1912 Augusto publicou seu livro “Eu”, o qual causou grande impacto e escandalizou o público-leitor, devido às características da obra, que continha poemas fúnebres, melancólicos que eram repletos de termos extraídos das Ciências Médicas, algo incomum às demais poesias e obras literárias da época.
No dia 12 de novembro de 1914, uma pneumonia tirou a vida de Augusto dos Anjos, que na ocasião tinha apenas 30 anos de idade. Seus restos mortais encontram-se enterrados no cemitério de Leopoldina, mas sua obra continua viva, bem viva nas mentes de todos os leitores do Brasil, tendo em vista as dezenas de edições e reedições de seu livro “Eu” e das inúmeras publicações de suas outras poesias.
Abaixo reproduzimos um dos famosos poemas de Augusto dos Anjos.
O MORCEGO
Meia-noite. Ao meu quarto me recolho. Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede: Na bruta ardência orgânica da sede, Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.
"Vou mandar levantar outra parede..." - Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho, Circularmente sobre a minha rede!
Pego de um pau. Esforços faço. Chego A tocá-lo. Minh’alma se concentra. Que ventre produziu tão feio parto?!
A Consciência Humana é este morcego! Por mais que a gente faça, à noite, ele entra Imperceptivelmente em nosso quarto!
2 comentários:
"Quero, arrancado das prisões carnais, / Viver na luz dos astros imortais"
Augusto dos Anjos, pra sempre x
Obrigado pela sua visita e por seu comentário, marisinha!
Volte sempre.
Abraço.
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